Noé é o terceiro homem mencionado
como exemplo de vida de fé (Hb 11:7). Juntando as informações que a Bíblia nos
dá a respeito dele, podemos citar três coisas positivas.
A sua preparação. Em Hb 11:7 a
expressão “avisado das coisas que ainda não se viam” parece indicar que
inundações não eram conhecidas. Ele teria de preparar algo nunca antes feito,
para ser usado em algo nunca antes testado. Assim como antes do dilúvio o mundo
não conhecia inundações, também antes da Arca o mundo não conhecia embarcações.
Mas ele não foi deixado ao sabor de sua imaginação – Deus lhe deu o modelo. Seu
projeto era pioneiro, e em meio a uma geração completamente rebelde (Gn 6: 5,
11, 12) sua fidelidade ao modelo seria importantíssima (Gn 6:22).
Devemos sempre lembrar também que uma
igreja local é completamente diferente dos projetos que o mundo já inventou.
Nunca devemos, portanto, imitar suas ideias. Devemos, sim, ser fiéis ao projeto
que Deus estabeleceu.
A sua pregação. Noé era “pregador
da justiça” (II Pe 2:5 – Versão Atualizada). Sem dúvidas, durante todo o tempo
de preparação da Arca, Noé anunciava o juízo de Deus sobre a Terra. Repare um
contraste com a pregação de Jonas. Noé pregou por muito tempo, mas
apenas oito pessoas foram salvas (I Pe 3:20). Jonas pregou por pouco
tempo e milhares de pessoas creram (Jn 3:3, 10). No
entanto, o nome de Noé está aqui em Hebreus 11, já o nome de Jonas não está.
Isto nos ensina que não é a quantidade de resultados que revelam se fizemos bem
ou não o serviço. É nossa obediência que revela nossa fidelidade.
É importante notar também que Noé
construiu a Arca não apenas como resposta à ordem do Senhor, mas também “para
salvação da sua família” (Hb 11:7). Quantas vezes nos preocupamos mais com a
salvação de desconhecidos do que com a salvação da nossa família. Somos mais
dispostos a pregar para povos distantes do que para nossos filhos. Ficamos mais
satisfeitos se um desconhecido dá atenção ao Evangelho do que pessoas de nossa
casa. Convém que seja assim? Não! Não devemos diminuir nossos esforços para pregar
aos desconhecidos, mas enquanto fazemos isso devemos aumentar nossos esforços
para pregar aos que estão em nosso lar.
A sua preservação. Existe também um
contraste interessante entre Noé e Enoque. Enquanto Enoque foi salvo antes do
dilúvio, Noé foi salvo durante o dilúvio. Enoque ilustra a
Igreja, que será arrebatada deste mundo antes da Tribulação. Noé ilustra os
muitos judeus que serão salvos durante a Tribulação. Em tudo isso vemos a
bondade do Senhor. Ele não deixa de ser justo, derramando sua ira, mas também
não deixa de ser bondoso, preservando o justo.
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