quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Hebreus 11

Nestes dias de tanto desânimo e falta de vigor espiritual, a mensagem de Hebreus 11 se torna não somente útil, como necessária. Por isto, este livro chega ao público com oração diante de Deus, desejando que seja uma ferramenta útil e de incentivo a todo estudante da Bíblia.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Amor de Casal

Abaixo segue um pequeno artigo extraído do livro Hebreus 11.




"Mical, a filha mais nova de Saul, foi outra pessoa daquela família que, individualmente, apreciava a companhia de Davi. Pelo menos duas vezes a Bíblia fala do amor dela por ele: “Mas Mical, a outra filha de Saul amava a Davi ... e Mical, filha de Saul, o amava” (I Sm 18:20, 28). Se para Saul a presença de Davi trazia alívio e para Jônatas motivava a amizade, para Mical a presença de Davi despertava a afeição.

O contexto de I Samuel 18:17-20 mostra claramente que o amor de Mical era um tipo de amor próprio da esfera do casamento. A irmã dela havia sido prometida pelo rei a Davi, mas não foi dada a ele. Logo depois a Bíblia informa que quem o amava (dentre as filhas de Saul) era Mical, mostrando com isso que era ela quem desejava casar-se com Davi.

Apesar dos altos e baixos no complicado relacionamento entre Davi e Mical, uma lição importante fica evidente no começo daquele relacionamento — ela o amava por ver nele o tipo de homem em cuja companhia desejava passar o resto da vida, e ele arriscou a própria vida, sacrificando-se por ela. Neste tempo, Davi ainda não era rei em Israel. Nas suas próprias palavras, ele era um “homem pobre e desprezível” (I Sm 18:23), mas valia o esforço de sacrificar-se para garantir o privilégio de casar com a filha do rei. Enquanto o rei lhe exigiu 100 prepúcios de filisteus, Davi trouxe o dobro (18:25-27).

Talvez estes detalhes, tanto da parte de Mical quanto da parte de Davi, sejam vagas ilustrações de um casamento verdadeiro. Ela amava Davi, apesar da pobreza dele e de pouca garantia de um futuro promissor. Davi ainda não era rei, e não havia nada que pudesse garantir a Mical que o homem que ela amava lhe daria um futuro luxuoso, como o que ela podia desfrutar na casa do seu pai. Apesar disso, porém, ela desejava casar-se com ele. O simples fato de poder passar o resto da vida ao lado de Davi era, em si, razão suficiente para Mical aceitar casar com aquele homem “pobre e desprezível”.

Isto também deve ser a motivação de uma jovem crente que deseja casar-se com um servo de Deus. Se eles não estão entrando em jugo desigual, e se têm entendido que é a vontade do Senhor que se casem, aquela noiva desejará casar-se com seu pretendente pelo simples fato de saber que passará o resto da vida ao lado dele. Ela será atraída pela pessoa dele, não por suas posses.

O exemplo de Davi também ensina lições para os rapazes crentes que desejam casar-se no Senhor. Davi olhava para sua futura esposa como uma pretendente muito acima dos seus méritos. Ele disse aos servos do rei: “Parece-vos pouco aos vossos olhos ser genro do rei, sendo eu homem pobre e desprezível?” Para ele, ser genro do rei era uma grande honra. Além disso, seus esforços para garantir o privilégio de casar-se com ela foram além dos exigidos pelo pai da moça. Ao invés de 100, ele trouxe 200 prepúcios de filisteus. Ele superou as expectativas do pai dela, não porque queria exibir-se, mas porque era uma grande honra receber aquela donzela por sua esposa.

Quando um rapaz se casa com uma moça crente, ele sabe que está casando-se com uma mulher digna, que está acima dos seus méritos. Ela não é qualquer mulher. Ela é o seu bem e a benevolência do Senhor (Pv 18:22). Portanto, ele se comportará em relação a ela da forma mais grata e protetora possível. Não somente isso, ele superará as expectativas da família dela. Se o pai dela espera que ele a trate bem e lhe dê carinho, ele fará ainda mais. Comparando com as altas exigências de Efésios 5, assim como Davi arriscou a sua própria vida para ter a sua esposa, o marido amará sua esposa de tal forma que será capaz de sacrificar-se por ela (v. 25), a amará como a seu próprio corpo (v. 28), nunca a odiará, pelo contrário, vai alimentá-la e sustentá-la (v.29), deixará seu pai e sua mãe por causa dela (v. 31) e a amará em particular (v. 33).


Todas essas coisas caracterizarão a vida conjugal daquele casal que se ama. Se ela foi capaz de abrir mão do luxo do seu lar pela afeição da companhia dele, ele abrirá mão da sua própria vida, se necessário, pelo bem-estar e felicidade dela. Um homem de Deus que vive pela fé, cativará a afeição de uma mulher que se submete por amor."

quarta-feira, 29 de junho de 2016

A oferta de Cristo

Desde muito cedo na história da humanidade os homens aprenderam a levar alguma coisa à presença de Deus. Mas foi também desde cedo que Deus deixou claro que só Lhe agradaria aquilo que Ele mesmo já tivesse pedido. Caim e Abel são os primeiros exemplos de homens que ofereceram alguma coisa ao Senhor. Abel foi aceito porque sua oferta foi oferecida pela fé (Hb 11:4). No NT, as primeiras pessoas que trouxeram alguma coisa a Deus foram os magos que vieram do oriente. Eles ofertam ao Senhor Jesus ouro, incenso e mirra (Mt 2:11). Enquanto a oferta de Abel foi pela fé para aceitação, a oferta dos magos foi pela fé para adoração. O primeiro enfatiza a importância da salvação; o segundo ensina o princípio do serviço.
Tanto em Hb 11:4 quanto em Mt 2:11 os verbos “oferecer” e “ofertar” são a tradução da palavra prosphero, que, segundo W. E. Vine, primariamente quer dizer “levar para”, e é traduzida “oferecer”, ofertar, “apresentar”, etc. Na sua forma verbal, esta palavra ocorre quarenta e oito vezes no NT. Seis destas ocorrências descrevem a oferta que Cristo fez a Deus, e todas estas estão na carta aos Hebreus (Hb 5:7; 8:3; 9:14, 25, 28; 10:12). Uma consideração dessas seis ocasiões mostrará que três delas apresentam a base e, as outras três, o benefício da nossa salvação. 

a. A base da salvação – Seu sacrifício.
As três ocasiões que falam da oferta de Cristo como base da nossa salvação descrevem como foi esta oferta de Si mesmo. Ele não somente cumpriu todas as exigências da Lei para um sacrifício levítico, como também superou essas exigências como nunca antes pôde ser visto e nunca, jamais, poderá ser imitado. Veja três características da oferta de Cristo pela nossa salvação.

a.1. Sacrifício santo – 9:14.
Este versículo está fazendo três contrastes com o anterior:

Versículo 13
Versículo 14
Época

Dispensação da Lei.
Dispensação da Graça.
Elementos
Sangue de touros e bodes, e a cinza de uma novilha.
Sangue de Cristo.
Efeito
Purificação da carne (apenas o exterior).
Purificação da consciência (atinge o interior).

A forma como o Senhor Jesus ofereceu a Si mesmo foi “imaculado a Deus”. Não havia nenhuma mancha, deficiência física ou defeito moral nEle. Durante todos os anos em que andou por este mundo, Deus pôde ver nEle a mesma perfeição que sempre fora uma realidade no Céu. O que mudou foi a esfera, não Sua impecabilidade. O sangue que nos purifica é tão imaculado quanto o Sacerdote que o ofereceu (I Pe 1:19; Hb 7:26). 
Como efeito da purificação pelo sangue de Cristo, podemos servir a Deus com consciência tranquila. Não precisamos mais ficar desanimados e derrotados se, por acaso, o pecado nos surpreender. Estamos livres da sua condenação. Isso não é um incentivo para cometermos mais pecados. É um incentivo a lembrarmos que, enquanto os sacrifícios oferecidos sob a Lei não tiravam a consciência de pecado (Hb 10:2), pelo sangue do Senhor Jesus Cristo temos “os corações purificados da má consciência” (Hb 10:22). Neste versículo (9:14) as obras que o pecado produz são mortas, mas o Deus que servimos é vivo. Nossa consciência é purificada para servirmos a Deus, não ao pecado.

a.2. Sacrifício substituto – 9:28.
O contexto deste versículo apresenta a realidade da sua morte. Assim como os homens morrem apenas uma vez, Ele também morreu apenas uma vez. Mas repare também neste versículo que a frase “oferecendo-Se uma vez para tirar os pecados de muitos” é quase um paralelo de Is 53:12: “mas Ele levou sobre Si o pecado de muitos”. A ideia aqui é a de alguém tomando o lugar de outro. Na cruz, os pecados não eram dEle, assim como a justiça não era nossa. Os pecados que Ele carregou em Seu corpo no madeiro eram “os nossos pecados” (I Pe 2:24).
Além disso, não devemos diminuir ou negar o peso da palavra “muitos”. É exatamente isso que ela quer dizer. É verdade que o Senhor Jesus morreu por todos, e a suficiência do Seu sacrifício está disponível a todos. Mas a eficácia da Sua obra só é realidade na vida daquele que crê. A pessoa que não confia no Senhor Jesus Cristo para o perdão dos pecados, continua carregando os seus pecados. Mas os pecados daquele que já confiou em Cristo foram carregados por Ele. É nestes, os que creem, que a Bíblia está pensando quando diz: “o Meu servo, o Justo, Justificará a muitos”, “Ele levou sobre Si os pecados de muitos” (Is 53:11, 12).
Quão profundo e quão precioso poder afirmar: “O Filho de Deus... Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2:20).

a.3. Sacrifício suficiente – 10:12.
Mais uma vez ficam evidentes alguns contrastes entre este versículo e o anterior. Repare três diferenças:

Versículo 11
Versículo 12
Serviço
Os sacerdotes ministravam de pé.
O Senhor Jesus terminou seu serviço e está assentado.
Sacrifício
Os sacerdotes ofereciam os mesmos e muitas vezes.
O Senhor Jesus ofereceu um único sacrifício.
Satisfação
Os sacrifícios dos sacerdotes não satisfaziam a Deus e, por isso, nunca podiam tirar os pecados.
O sacrifício do Senhor Jesus satisfez a Deus, tanto que tira os pecados e Ele assentou-Se à Sua destra.

Durante muitos séculos uma quantidade inimaginável de sacrifícios foi oferecida pelos sacerdotes. Todos os dias o povo pecava, e todos os dias sacrifícios pelo pecado e pela culpa tinham que ser trazidos ao grande altar de sacrifícios. Aquela cena diária era uma testemunha da insuficiência daqueles sacrifícios que “nunca podem tirar os pecados”. Deus via cada uma daquelas ofertas pelo pecado, mas em nenhum delas Sua santidade e justiça foram plenamente satisfeitas. Mas houve um dia quando um sacrifício satisfez totalmente as exigências do Senhor. Foi o dia quando Cristo “Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef 5:2). 
O sacrifício do Senhor Jesus foi apenas um, mas um suficientemente capaz de satisfazer a Deus e ao mesmo tempo tirar os pecados daqueles que nEle creem. Depois da oferta de Cristo na cruz, Deus não mais exige nem espera que ofereçamos a Ele algum sacrifício pelo pecado e pela culpa. Podemos oferecer a Deus nossos corpos (Rm 12:2), nossas contribuições financeiras (Fp 4:18), nosso louvor (Hb 13:15), beneficência, mútua cooperação (Hb 13:16), etc., mas nunca, absolutamente nunca mais será necessário levar a Ele algum sacrifício pelo pecado. Cristo já fez isso por nós, e o fez de uma vez por todas!

b. Os benefícios da salvação – Seu serviço.
Já vimos que a salvação que temos pela fé no Senhor Jesus é uma salvação perfeita por que o sacrifício dEle foi perfeito. Agora, vamos olhar para o Seu serviço e, com isso, considerar alguns dos benefícios que recebemos junto com a salvação. 

b.1. Sua súplica – 5:7.
Este versículo faz parte daquele grupo de trechos difíceis de serem explicados, mas quando compreendidos, provocam muito louvor e gratidão a Deus. Como em todas as coisas que falam do Filho de Deus, precisamos nos aproximar com cuidado, para não ferir ou negar alguma verdade da Sua Pessoa. Para efeito do nosso assunto, vamos enfatizar três detalhes neste versículo.
b.1.1. A oferta. Neste versículo, o que o Senhor Jesus ofereceu a Deus? Talvez uma mudança de lugar nas vírgulas torne mais fácil achar a resposta: “... oferecendo orações e súplicas, com grande clamor e lágrimas, ao que o podia livrar da morte...”. Aqui não é a oferta que Ele fez na cruz que está em vista; é a Sua dependência do Pai. Sua oferta foram Suas orações. Embora sendo “igual a Deus” (Fp 2:6), Ele viveu aqui neste mundo de forma dependente e submissa. Como fica evidente no versículo seguinte, “ainda que era Filho, aprendeu a obediência”.
b.1.2. A ocasião. Também convém notar que provavelmente este versículo não está descrevendo todos os anos em que o Senhor andou aqui. Ao que parece, está referindo-se a uma ocasião específica. Mas, que ocasião? Sugiro que está se referindo à ocasião solene e comovente do Getsêmani, quando Ele, em agonia, orou ao Pai.
b.1.3. A oração. Se a ocasião estiver correta, então temos, aqui, mais uma revelação do que aconteceu no Getsêmani. Além do Seu suor, o Senhor Jesus também chorou naquele dia (“com grande clamor e lágrimas”). Naquela ocasião, Ele orou ao Pai pedindo que O livrasse da morte. Isso não quer dizer que Ele estava temendo uma morte prematura. Aquele que tinha nas mãos o poder de dar a vida e tornar a tomá-la (Jo 10:17, 18) não podia temer morrer prematuramente. Ele não pediu ao Pai que O livrasse de morrer, pediu que O livrasse da morte. Em outras palavras, que O tirasse de dentro da morte; que O ressuscitasse. “E foi ouvido quanto ao que temia”. Pedro diz “ao Qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” At 2:24). Nunca houve uma oração do Senhor Jesus que Deus não respondesse (Jo 11:41, 42).
Esta oferta que o Senhor Jesus fez a Deus nos beneficia diretamente. Se o Senhor Jesus nuca tivesse ressuscitado dentre os mortos, nunca poderíamos esperar que os mortos ressuscitassem e todos estariam perdidos (I Co 15:12-18). No entanto, “Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (I Co 15: 20-23). Mesmo que um salvo parta deste mundo antes do Arrebatamento, ele pode estar seguro de que um dia voltará e tomará seu corpo ressurreto. A ressurreição de Cristo garante isso (I Ts 4:14)!  

b.2. Sua superioridade – 8:3.
O argumento deste cap. 8 de Hebreus é a superioridade do Senhor Jesus em relação aos sumo sacerdotes da antiga aliança. Como sumo sacerdote superior Ele “está assentado nos céus à destra do trono da Majestade” (v. 1), é Ministro do verdadeiro Tabernáculo (v. 2), Seu ministério é mais excelente, é Mediador de uma melhor aliança que foi confirmada em melhores promessas (v. 6). Tudo em relação a Ele é melhor e superior.
Sendo que os sumos sacerdotes eram constituídos para oferecer dons e sacrifícios, Cristo como sumo sacerdote precisava também oferecer alguma coisa. Mas o que o Senhor ofereceu? Ele ofereceu a Si mesmo (7:27). Ele não precisa continuar Se oferecendo no Céu. Sua oferta feita uma única vez tem durabilidade e valor eterno.
Durante a eternidade, as evidencias do sacrifício do Cordeiro serão vistas, e o motivo do louvor dos santos será o preço pago na cruz (Ap 5:6, 8-14). Nenhuma dádiva ou sacrifício jamais poderá superar a dádiva que Cristo fez de Si mesmo. E se queremos agradar ao coração de Deus dando ou ofertando alguma coisa a Ele, nada o agradará mais do que oferecermos Cristo. Falar bem do Filho na presença do Pai é a melhor forma de oferecer o melhor.  

b.3. Sua segurança – 9:25.
No começo deste versículo as palavras “nem também” (“nem ainda” – ARA) indicam uma ligação com o versículo anterior e são a continuação daquele. O argumento nestes versículos é que o Santuário onde o Senhor Jesus entrou não é o mesmo onde o sumo sacerdote da antiga aliança entrava. Ele entrou no mesmo Céu, e comparece perante a face de Deus. Outra diferença é que cada ano o sumo sacerdote entrava com sangue alheio. Quando, porém, o Senhor Jesus entrou no Céu, não foi com sangue alheio, mas com Seu próprio sangue. Nem também precisou Se oferecer várias vezes, mas fez isso uma vez só. Esta única oferta é a segurança dos salvos.
Como é precioso saber que Ele comparece perante a face de Deus por nós! Mais do que isso, Ele “intercede por nós” (Rm 8:34) e continua “vivendo sempre para interceder” por nós (Hb 7:25). Todos os dias, estamos expostos a perigos físicos e morais. Mas a segurança que Ele nos dá por Suas intercessões garantem nossa preservação. Enquanto estava neste mundo, o Senhor intercedeu pelos Seus coletivamente (Jo 17:9, 15) e individualmente (Lc 22:32). Estando agora no Céu, perante a face de Deus, Ele continua intercedendo pelos que são Seus.
Aquele que intercede por nós no Céu um dia suportou as limitações aqui da Terra. Ele nunca pecou, mas à semelhança de nós, suportou fome, sede, cansaço, foi traído, humilhado e, mesmo tendo todo poder, viveu de forma humilde, como um homem pobre e sem recursos ou bens materiais que pudesse deixar de herança. Este é o nosso “grande sumo sacerdote”. Se ficamos tristes, Ele sabe como é sentir-se assim. Se sentimos fome ou cansaço, Ele conhece essas experiências. Ele conhece e Se compadece das nossas fraquezas.
Podemos chegar com confiança ao trono da graça e ser “ajudados em tempo oportuno” (Hb 4:14-16), porque Aquele que nos representa no Céu, sabe que somos fracos e intercede por nós perante a face de Deus.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Razão e Sentimento

Promoção de lançamento: R$ 16,90.
Na compra de 10 volumes para o mesmo endereço, mandamos mais um grátis!

quinta-feira, 31 de março de 2016

O relacionamento mais importante

Você que está solteiro e pretende se casar um dia, já pensou na seriedade e implicações do casamento?
Neste novo lançamento da GRAÇA PUBLICAÇÕES, são abordados quatro assuntos sobre o casamento: É um relacionamento ilimitado, indissolúvel, incomparável e ilustrativo.
Em 1857, J. C. Ryle deu um conselho muito útil (e que é citado neste livro). Ele escreveu:
“É um fato lamentável que poucos são os casais jovens que pensam em convidar Cristo ao seu casamento! É um fato triste que casamentos infelizes são uma das grandes causas de tanta angústia e sofrimento que há no mundo. Pessoas descobrem, tarde demais, que cometeram um grande erro, e continuam em amargura pelo resto dos seus dias. Felizes são aqueles que, em relação ao casamento, observam três regras. A primeira é casar somente no Senhor, e somente depois de orar pela aprovação e benção de Deus. A segunda é não esperar demais dos seus cônjuges e lembrar que, afinal, o casamento é a união de dois pecadores, e não de dois anjos! A terceira regra é esforçar-se ao máximo para ajudar na santificação do outro. Quanto mais santos forem os casados, tanto mais felizes serão, também”.
É concordando com isso que este livro foi escrito.
Pedidos de 10 exemplares para o mesmo endereço, enviaremos 1 exemplar a mais, gratuitamente. Interessados podem entrar em contato pelo watsapp: (029) 99275-8906.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Deus não erra!

“Errar é humano”, diz a sabedoria popular, e eu concordo com esta máxima. Até porque, Deus não erra e, portanto, errar não pode ser divino. Apesar de saber disso, porém, quase sempre você e eu pensamos ou nos comportamos como se Deus tivesse cometido algum erro. Em nossa lógica, achamos que Ele deveria agir de um jeito conosco ou com nossas circunstâncias, e quando Ele age diferente, parece que alguma coisa saiu do controle. Mas não é assim. Veja alguns exemplos:

a. José – casto, mas injustiçado
Sem dúvida, José é uma das personalidades mais impressionantes da Bíblia. Quando era ainda bem jovem, com apenas 17 anos, procedia de forma diferente do comportamento indevido dos seus irmãos (Gn 37:2). Mais do que isso, durante os muitos dias em que a esposa do seu senhor tentou seduzi-lo para que se envolvessem em imoralidade, ele recusou, mantendo-se puro diante das oportunidades de pecar (Gn 39:7-12).

Apesar disso, porém...

... ele foi muito injustiçado. Primeiro, foi vendido pelos seus irmãos, sem nada ter feito a eles, de modo que pudesse justificar o ódio que sentiam (Gn 37:26-28). Segundo, foi preso, porque a mulher do seu senhor mentiu a respeito dele (Gn 39:13-20). Terceiro, foi esquecido na prisão, porque o homem a quem ele ajudou não se lembrou dele e do benefício que recebeu (Gn 40:23).

Não é fácil manter a castidade em ambientes onde a imoralidade é cometida e incentivada. Não é fácil ser difamado quando o comportamento diz o contrário. Não é fácil ser esquecido por aqueles que mais foram beneficiados. Mas Deus não erra!

b. Jó – correto, mas incompreendido
A descrição que a Bíblia, e Deus mesmo, dá a respeito de Jó dispensa maiores condecorações. Ele era um homem que se destacava não só por ser o mais importante e rico do oriente, mas por ser um servo de Deus que procurava manter sua vida, e a de sua família, em total acordo com os padrões divinos. Não é sem razão que seu livro comece descrevendo seu caráter e testemunho (Jó 1:1-8).

Apesar disso, porém...

... ele foi provado ao extremo, de um modo que poucos de nós suportaria (Jó 1-2). E quando seus melhores amigos vieram para consolá-lo, mais prejudicaram do que ajudaram. Em sua argumentação, os amigos de Jó tentavam apresentar razões pelo estado deplorável que ele ficou, e suas razões seguiam sempre para a mesma direção: algum pecado não confessado que Jó talvez cometera (Jó 2:13 em diante). Seus amigos não o compreendiam, e ele foi severamente atacado por eles.

Não é fácil manter o alto nível espiritual quando as coisas começam a dar errado. Não é fácil entender por que o mal acomete os justos. Não é fácil suportar a incompreensão dos mais chegados quando a integridade é atacada. Mas Deus não erra!

c. Jeremias – chamado, mas impedido
Jeremias era ainda muito novo quando Deus o chamou e lhe deu a responsabilidade de ser Seu mensageiro diante do povo (Jr 1). Ele foi avisado que encontraria a resistência do povo e enfrentaria oposição. Mesmo assim, manteve-se fiel. Sempre que Deus lhe enviava uma mensagem, ele procurava transmiti-la exatamente como o Senhor queria que fizesse. E para realizar seu serviço, ele foi espancado e preso (Jr 20:2), perseguido (Jr 38:1-6) e chorou abundantemente (Lm 3:48-49).

Apesar disso, porém...

... o Senhor disse a ele que não deveria se casar e ter filhos (Jr 16:1-2). Seu serviço seria feito com toda a dificuldade, e houve até ocasiões quando ele se assentou solitário (Jr 15:17). Ele não podia voltar para casa depois de mais um dia de serviço e encontrar sua esposa o esperando e seus filhos o chamando para brincar. Ele foi impedido de desfrutar desses privilégios. Mas Deus não erra!

Não é fácil tentar convencer, e converter do erro, pessoas que não admitem estar erradas. Não é fácil trabalhar contando com a resistência de quem ouve. Não é fácil chegar ao fim do dia e não ter alguém com quem possa dividir o fardo. Mas Deus não erra!   

Eu não posso explicar o motivo de tantos servos de Deus sofrerem injustiças. Não posso explicar o fato de os homens mais fiéis serem incompreendidos e, em alguns casos, os que partem mais cedo para a eternidade. Não posso explicar por que o Senhor impede que os mais dedicados sejam privados de coisas que, no meu entendimento, seriam tão úteis a eles. Mas sei que o Senhor não erra.

José, anos depois, foi exaltado a uma posição de honra no Egito (Gn 41:40), e afirmou aos seus irmãos que tudo o que aconteceu com ele foi permitido por Deus para preservá-los com vida (Gn 50:20). Jó, depois de toda a provação que enfrentou, e as perdas que teve, recebeu do Senhor o dobro do que tinha (Jó 42:10) e, principalmente, conheceu o Senhor mais intimamente (Jó 42:5). Jeremias, quando foi impedido de casar e ter filhos, estava, na verdade, sendo preservado das dores que viriam sobre as famílias daquela época (Jr 16:3-4), e além dessa preservação, os fiéis da nação, como o próprio Jeremias, receberiam o seu galardão (Jr 31:16).

Eu sei, convictamente eu sei que Deus jamais erra! Você e eu podemos não entender agora a razão por trás de tudo o que Ele faz, mas jamais devemos nos permitir duvidar da Sua sabedoria. Podemos não enxergar que “há esperança quanto ao teu futuro” (Jr 31:17), mas um dia, quando tudo estiver claro para nós, entenderemos que o caminho espinhoso foi necessário. Talvez não saibamos explicar os Seus meios, mas um dia O louvaremos até mesmo pelas dores que nos foram permitidas, porque nos levaram a um glorioso fim!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Duas versões de uma história



Assim como eu, provavelmente você já passou pela seguinte situação: tendo acontecido um problema entre duas pessoas, eventualmente você teve a oportunidade de conversar com uma delas. Aproveitando a ocasião, a pessoa narra para você o que, e como, aconteceu o problema. Então, consciente ou não, você elabora um julgamento sobre o ocorrido. No seu julgamento, você inocenta a pessoa que lhe contou a história e condena a outra.

Esta situação acontece todos os dias, e aqueles que são servos de Deus não estão livres de passar por isso. Mas, perguntando honestamente, qual é o problema na situação descrita acima? O problema é que você, assim como eu, julgou o caso e deu o veredito para o culpado e inocente baseado apenas em uma das versões da história. Você e eu não ouvimos os dois lados para chegar a uma conclusão. Pode parecer exagero da minha parte, mas afirmo que ao fazer isso, você e eu cometemos um crime grave, não só contra a justiça em si, mas contra a outra pessoa envolvida no problema.

Há um exemplo disso na Bíblia.

Quando Davi iniciou sua fuga para não ser morto por seu filho Absalão, algumas pessoas se apressaram a identificar-se com o rei e se mostraram favoráveis a ele. Entre essas pessoas estava Ziba, que tempos antes havia sido designado para servir Mefibosete, filho de Jônatas, a quem Davi amava. Quando Ziba chegou com algumas coisas para ajudar Davi, este perguntou sobre Mefibosete. Ziba, então, contou a sua versão da história, explicando a razão de seu senhor não estar também ali identificando-se com o rei. Baseado nesta versão da história, Davi deu o seu julgamento, condenando Mefibosete e beneficiando Ziba. Veja esta versão da história em II Sm 16:1-4.

Um tempo depois, quando Davi finalmente voltava para casa, eis que surpreendentemente veio ao seu encontro Mefibosete. Nesta ocasião, ele teve oportunidade de contar a sua versão da história e, mais surpreendente ainda, seu estado e suas palavras provaram que a versão de Ziba não contava todos os detalhes da verdade. Pior, o próprio fato de Mefibosete recusar ser ressarcido dos prejuízos que teve pela mentira, provava que ele estava com a razão e ao mesmo tempo denunciava o erro de Davi por fazer um julgamento precipitado, baseado apenas em um dos lados da história. Veja esta versão da história em II Sm 19:24-30.

Esta história é uma ilustração muito fiel de Pv 18:17: “O que pleiteia por algo, a princípio parece justo, porém vem o seu próximo e o examina”. Isto quer dizer que quando uma pessoa apresenta a sua versão da história, ela naturalmente favorecerá o seu lado, de modo que fique uma imagem justa de si. Mas quando o seu próximo (o outro lado do problema) chega, as duas versões podem ser comparadas e o julgamento correto pode ser feito.

A. J. Higgins acertadamente comenta sobre esse versículo: “Não é somente necessário e importante ouvir alguém até o fim, mas é necessário ouvir os dois lados antes de julgar ou oferecer conselho. A natureza humana é dotada de uma incrível habilidade para contar somente um lado da verdade... apesar disso ser tão óbvio, quão frequentemente julgamos apressadamente com base em informação limitada ou preconceituosa. Quando um indivíduo se envolve num conflito, este indivíduo necessita de muita força de caráter para poder apresentar toda a verdade de uma forma imparcial. O resultado final é importante para ele”*.

Se aprendermos ouvir todos os lados, sem parcialidade, antes de julgar, preservaremos muitas amizades e nos livraremos de muitos erros!


*HIGGINS, A. J. Comentário Ritchie do Velho Testamento. 1º ed. Pirassununga: Sã Doutrina, 2013, pág. 183.