quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Aos pés do Senhor (iii)




Adorando a Sua Pessoa – Jo 12:1-8.


Finalmente, chegamos à terceira ocasião em que o Espírito Santo registrou os acontecimentos numa visita do Senhor à casa de Maria, Marta e Lázaro. Nesta ocasião, a tristeza deu lugar à alegria; às lágrimas deram lugar ao riso; e a morte cedeu sua vez à vida. Lázaro estava vivo, Marta alegremente servindo e Maria, como sempre, aos pés do Senhor Jesus Cristo (v. 3). Na primeira ocasião, ela estava assentada a Seus pés (Lc 10:39). Na segunda, estava prostrada (Jo 11:32). Agora, nesta terceira, Maria está curvada. Se na primeira ocasião ela aprendeu e na segunda almejou, nesta terceira a vemos adorando.

Há três detalhes importantes sobre essa adoração que Maria prestou ao Salvador.


i) Custo. Maria ungiu o Senhor com “um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço” (v. 3). Dizem que o nardo era um óleo aromático extraído de uma planta da Índia. Normalmente transportado e preservado em vasos de alabastro, seu aroma era agradabilíssimo.

Judas, na sua má intenção de roubar, nos ajuda a ter uma ideia do valor do perfume que Maria derramou nos pés do Senhor. Ele disse que aquele unguento poderia ser vendido por “trezentos dinheiros” (denários). Na parábola que o Senhor contou sobre os homens que foram assalariados, somos informados que “um dinheiro” (denário) era o equivalente ao salário de um dia de trabalho (Mt 20:1, 2). Trezentos dinheiros, portanto, seriam mais ou menos o salário de um ano de trabalho.

Este foi o custo da adoração de Maria. O que para outros seria um desperdício de produto e dinheiro (v. 5), para ela foi uma forma de demonstrar reconhecimento e apreciação. Este é um dos princípios de adoração na Bíblia. Na primeira vez que adoração a Deus aparece na Bíblia, o adorador está dando algo custoso para Deus (Abraão entregando seu filho – Gn 22:5). Na primeira vez que adoração aparece no Novo Testamento, os adoradores estão dando coisas custosas ao Senhor (Mt 2:2, 11). Davi reconheceu este princípio e afirmou: “Não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada” (II Sm 24:24).  

Adoração a Deus exige um alto preço.


ii) Cuidado. Maria havia guardado aquele unguento de muito preço especialmente para o dia da sepultura do Senhor Jesus (v. 7). Não se sabe por quanto tempo, mas durante todo o período que aquele unguento ficou com ela, nunca foi usado para outro fim. É muito possível que na ocasião da morte de seu irmão ela já tivesse aquele unguento. Se isto for verdade, então fica evidente que, para ela, nem mesmo seu irmão, que ela tanto amava, tinha um lugar tão destacado em seu coração quanto o Seu Senhor.

Isto não deve nos causar espanto. Aliás, o espanto deveria ser se fosse o contrário. Nunca devemos estimar os outros mais do estimamos nosso Salvador. Mesmo os relacionamentos conjugais e familiares, que são tão fortes, não devem ser mais fortes que nosso relacionamento com nosso Mestre (Mt 10:37). Ninguém nunca nos amou como Ele nos amou. E nunca deveríamos amar alguém mais do que O amamos.

Adoração a Deus, exige amor abnegado.


iii) Conhecimento. Outro princípio importante na adoração de Maria foi seu conhecimento e fé nos ensinos do Senhor. Olhando novamente para o v. 7, parece estranha a afirmação do Senhor contrastada com a atitude de Maria. Se ela havia guardado aquele unguento para o dia da Sua sepultura, por que não esperou até que Ele morresse para usar em Seu corpo? Na ocasião da morte do Senhor Jesus, outras mulheres foram bem cedo para ungir Seu corpo, mas Maria, de Betânia, não estava com elas (Lc 23:55-24:1). Por que não?

Porque ela entendeu que o Senhor morreria, sim, mas ressuscitaria. Seu corpo não ficaria no sepulcro tempo suficiente para se corromper (deteriorar-se, decompor). “Pois não... permitirás que o Teu Santo veja a corrupção” (At 2:27). O corpo de Lázaro esteve quatro dias no sepulcro e começou a cheirar mal (Jo 11:39), mas o corpo do Senhor não chegaria a esse ponto; ressuscitaria ao terceiro dia.

É bem possível que esta verdade tenha sido ensinada na casa dos três irmãos em Betânia, ou que Maria a tenha ouvido em outras ocasiões. Mas o que importa é que ela entendeu e creu nas palavras do Senhor. Seu entendimento sobre a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo era muito mais aguçado do que o entendimento dos discípulos que, tendo ouvido sobre isso, “nada disso entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que lhes dizia” (Lc 18:34). Ela fez sua devoção antecipada, porque seu unguento não seria necessário na Sua sepultura.

Adoração a Deus exige conhecimento e reconhecimento da Sua Pessoa.

O custo é alto, mas nosso cuidado e conhecimento dEle devem ser compatíveis. Permita Deus que haja mais servos e servas como Maria, que aprendem das Suas Palavras, almejam a Sua presença e adoram a sua Pessoa.



(Artigo originalmente publicado na revista "O Caminho", n. 62) 

sábado, 9 de agosto de 2014

Aos pés do Senhor (ii)



Almejando a Sua presença – Jo 11:1-32.
 
A ocasião mencionada aqui é diferente em muitos aspectos da anterior. Se na primeira visita as circunstâncias eram alegres pela presença do Senhor, nesta segunda ocasião mencionada as circunstâncias eram de tristeza, porque a morte passara por ali. Lázaro ficou enfermo e morreu (vs. 1, 14). Suas irmãs mandaram um recado ao Senhor para avisá-Lo da enfermidade (v. 3). O recado não foi simplesmente para que o Mestre soubesse da doença; foi mandado porque elas sabiam que ele podia fazer alguma coisa. Elas almejavam a presença dEle ali em Betânia.
Mas o Senhor não foi durante o período de enfermidade, e Lázaro morreu. Quando, enfim, o Salvador chegou, as duas irmãs, em ocasiões diferentes, disseram a mesma coisa: “Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (vs. 21 e 32). As palavras delas não foram uma censura ao Senhor por não ter estado presença durante o período de enfermidade. Foram, na verdade, um reconhecimento do efeito que Sua presença provoca.
Repare que nesta ocasião, pela segunda vez, Maria está a Seus pés (v. 32). Agora ela não está assentada, está prostrada. Não é para aprender de Suas palavras, é para mostrar o quanto almejara Sua presença.
Repare também três lições importantes sobre a presença do Senhor Jesus Cristo.
i) Efeito da Sua presença. As irmãs disseram: “Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (vs. 21 e 32). Elas não disseram que talvez ele poderia ter ajudado a socorrer Lázaro. Também não sugeriram que Ele poderia tê-lo curado. A afirmação delas é simples e profunda, “se Tu estivesses aqui”. Só a presença do Senhor Jesus Teria resolvido o problema. Ele não precisaria fazer nada. Nem precisaria dizer nada. Bastava estar presente. Por quê?
Em atos 3:15, Pedro fala dEle como sendo o “Príncipe da vida”. A palavra príncipe é a mesma palavra traduzida “Autor” em Hebreus 12:2. Ele é a fonte de onde toda a vida emana. O Evangelho de João começa com esta afirmação: “nele estava a vida” (Jo 1:4). Todo tipo de vida, seja física (At 3:16), seja eterna (Jo 11:25; 14:6) está nEle e vem dEle. Onde Ele está presente, a morte não pode resistir.
Esta verdade é mostrada nos casos de ressurreição que Ele efetuou. A mulher da cidade de Naim que, chorando, trazia seu filho morto, foi consolada pelas palavras dEle e por sua ordem irresistível: “Jovem, a ti te digo: levanta-te. E o defunto assentou-se e começou a falar” (Lc 7:14). Os pais da menina que a pouco falecera, presenciaram quando ele disse: “Menina, a ti te digo, levanta-te. E logo a menina se levantou...” (Mc 5:41, 42). Em sua própria morte e ressurreição, o Senhor mostrou este mesmo poder. Ele “inclinando a cabeça, entregou o espírito” (Jo 19:30). A ordem normal dos fatos seria primeiro entregar o espírito, depois inclinar a cabeça. Mas Ele tinha pleno controle sobre Sua vida. A morte não podia levá-Lo. Ele teve que Se entregar. Na ressurreição Ele saiu da morte porque “não era possível que fosse retido por ela” (At 2:24). Qualquer pessoa que entra na morte não consegue sair. Mas todas as pessoas que ele mandou que saíssem, saíram. E Ele mesmo não pôde ser detido. A morte não conseguiu segurar Aquele que é o “Autor da vida”.
Por estas razões Marta e Maria almejaram tanto a presença do Senhor. Elas sabiam do efeito que Sua presença causava nas doenças e na morte. Bastava que Ele estivesse presente, e a morte não teria se aproximado do irmão delas. O Senhor disse aos discípulos: “Folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse” (v. 15). Se Ele tivesse estado presente enquanto Lázaro estava enfermo, a morte não teria se aproximado. Para que ela pudesse chegar, era necessário que ele não estivesse. A morte não consegue estar onde Ele está.
Este também é o desejo de todo salvo. Almejamos sua presença por causa do efeito que ela causa. Muitos salvos têm partido deste mundo e atravessado a morte sem qualquer temor (Sl 23:4; Hb 2:15), mas esta não é nossa esperança. Nossa esperança é a Sua vinda para nos buscar. Quando Ele vir, todos os salvos que estiverem vivos jamais passarão pela morte. A presença dEle garante isso (I Ts 4:17).
ii) Ensino dos Seus propósitos. O Senhor disse: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (v. 4). As três vezes que a palavra “para” é usada aqui, indicam os propósitos daquela doença. Deus não a permitiu com o objetivo de que a morte saísse vencedora, mas sim, com o propósito de que Ele mesmo e Jesus Cristo, Seu Filho, fossem glorificados. Foi exatamente isso que aconteceu. Após a morte, Lázaro foi ressuscitado, tirando da morte qualquer vantagem.
Além disso, por causa da ressurreição de Lázaro, muitos “que tinham visto o que Jesus fizera, creram nEle” (v. 45). Algum tempo depois, muita gente ia até Betânia para ver também a Lázaro. Ele era uma testemunha viva ddo poder de Deus e de Seu Filho sobre a morte (Jo 12:9). Instantes antes da ressurreição, o Senhor disse para Marta: “Se creres verás a glória de Deus” (v. 40). E ela viu. Não somente ela, mas todos que estiveram presentes e muitos outros que não estiveram. O propósito de Deus foi alcançado.
Algumas coisas na vida de um salvo não podem ser explicadas. Por que um homem “íntegro, reto e temente a Deus e que desviava-se do mal” perde tudo e todos que amava num só golpe (Jó cap. 1)? Por que um homem que em nada tinha sua vida por preciosa, mas dedicara-se mais do que todos os outros, recebeu um espinho na carne que o incomodava e limitava (At 20:24; I Co 15:10; II Co 12:7-9)? Por que quanto mais honesta e fielmente um salvo vive, mais sofrimento e perseguição ele sofre (I Pe 2:12, 20; 3:17)?
Não temos todas as respostas agora, mas há muito que aprender dos propósitos de Deus. Se Lázaro tivesse sido curado, a glória não teria sido tanta quanto foi o fato de ter sido ressuscitado. Se Deus tirar de nós todo “espinho” que nos incomoda, perderemos a chance de aprender com ele.
iii) Ênfase da Sua preocupação. Já vimos que o propósito pela morte de Lázaro foi alcançado. Mas ainda há uma pergunta que talvez nossa mente faça ao lermos esse relato. Será que a demora do Senhor Jesus em ir ver Seu amigo não revela falta de amor? Uma leitura cuidadosa de João cap. 11 mostrará que a pergunta acima merece um enfático não.
Este capítulo está cheio de demonstrações do amor do Senhor Jesus Cristo. O primeiro exemplo disso é exatamente o amor dEle por Lázaro. Quando suas irmãs enviaram o recado, não disseram que Lázaro estava enfermo, mas sim, que “está enfermo aquele que Tu amas”. A ênfase do recado delas estava no amor verdadeiro que elas sabiam que o Senhor tinha pelo irmão delas. Até os judeus que foram consolá-las reconheceram isso ao verem as lágrimas do Salvador: “Vede como o amava” (v. 36). A aparente demora do Senhor não foi, de forma alguma, falta de amor por Lázaro.
Também se destaca neste capítulo o Seu amor por cada um dos três irmãos. “Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro” (v. 5). Não havia diferença na medida do amor dEle. Ele não amava Lázaro mais do que a Marta, nem a Marta mais do que Maria. Seu amor tinha uma mesma medida por cada um.
Além disso, o amor do Senhor é visto também por Seus discípulos. “... por amor de vós”, disse Ele (v. 15). Por amor aos discípulos Ele ficou no lugar onde estava tempo suficiente para Lázaro morrer e Ele poder lhes ensinar outras lições.
Não houve atrasos na aparente demora do Senhor, muito menos falta de amor. Ele amava Seu amigo Lázaro, e suas lágrimas provaram isso (v. 35). Ele amava aquelas duas irmãs, e Seus sentimentos provaram isso (v.33 - “moveu-Se muito em espírito”; v. 38 – movendo-Se muito em Si mesmo”). Ele amava os discípulos, e Seus ensinos provaram isso.
Há lugar no coração de Cristo para o mundo inteiro. Há preocupação no amor dEle por cada um. Ele não ama um filho mais do que outro. Mas ele cuida de cada um como se fosse único!
 
 
 
(Artigo originalmente publicado na revista "O Caminho", n 61)

domingo, 3 de agosto de 2014

Aos pés do Senhor

Os nomes de Maria, Marta e Lázaro são normalmente citados quando o assunto é hospitalidade e comunhão. E não é por menos. Estes três irmãos dispensaram tempo e recursos para hospedar o Senhor Jesus e Seus discípulos quando passavam por Betânia.

Não se pode afirmar com certeza quantas vezes o Senhor Se hospedou no lar daqueles três irmãos, mas é muito possível que na última semana antes da crucificação Ele tenha Se abrigado pelo menos uma vez naquele lar (Mt 21:17). Apenas três vezes, porém, o Espírito Santo quis registrar o que aconteceu nestas visitas. E uma consideração destes três registros, mostrará preocupações diferentes desses três irmãos.

Lázaro é mencionado em duas das ocasiões. Numa delas ele esteve morto e foi ressuscitado (Jo 11). Na outra, estava assentado à mesa junto com o Senhor Jesus (Jo 12:2). Apesar de nunca ter sido registrada nenhuma palavra que ele tenha dito, sua utilidade para Cristo é mostrada no fato de muitos terem crido por causa dele (Jo 12:9-11).

Marta é mencionada nas três ocasiões. Na primeira e na última estava servindo (Lc 10: 40; Jo 12:2). A palavra servir (diakoneõ), usada nestas ocasiões, é a mesma palavra que descreve o serviço material e espiritual dos servos de Deus (At 6:1, 4). Não há nada nesta palavra que diminua o valor do serviço prestado por Marta. O serviço dela terá sua recompensa no Tribunal de Cristo.

Maria também é mencionada nas três ocasiões. É sobre ela que este artigo pretende ocupar maior espaço. Nas três ocasiões, Maria estava fazendo alguma coisa em relação ao pés do Senhor. Vejamos as referências e o que podemos aprender das atitudes desta serva de Deus.


Aprendendo das Suas Palavras - Lc 10:38-42

Aqui em Lucas 10 provavelmente foi a primeira vez que o Senhor Jesus visitou o lar dos três irmãos em Betânia. Nesta visita, Maria foi atraída aos ensinos do Salvador. Ela não se contentou em apenas vê-Lo e ouvi-Lo de longe. Ela assentou-se aos Seus pés (v. 39). Estando tão perto de Cristo, Maria nos ensina três coisas sobre seu aprendizado.

i) Atencioso. Maria “ouvia a Sua palavra” (v. 39). Seus ouvidos estavam atentos a cada ensino, exemplo e aplicação que o Senhor citava. Ela não ouvia apenas por educação, para não deixar o visitante falando sozinho. Ela ouvia porque entendia a importância daquelas palavras. Como o próprio exemplo do Senhor Jesus, a respeito de Maria podia-se dizer: “Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem. O Senhor Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde; não me retirei para trás” (Is 50:4, 5).

O começo do versículo seguinte apresenta fatalmente um contraste: “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços” (v. 40). A palavra “distraída” é realmente um oposto de “ouvia”. Não se pode criticar Marta por sua atenção aos serviços, mas seu exemplo mostra que mesmo um serviço para Deus pode tornar-se perigoso quando nos toma o tempo devido ao estudo da Palavra de Deus. Antes de sair para servir, convém parar para ouvir.

ii) Antecipado. Sem dúvida o Senhor e Seus discípulos participariam de alguma refeição naquele lar. Alimentação é uma das necessidades mais básicas de alguém que está viajando. Além disso, preparar a mesa para Ele era um investimento que aqueles três irmãos faziam com prazer (Jo 12:2).

Maria, porém, priorizou a Palavra de Deus. Antes de sentar-se para oferecer algum alimento ao Senhor, ela desejou ser alimentada por Ele. Ela não era egoísta, pensando primeiro em receber e depois dar. Ela era espiritual, pensando primeiro nas coisas eternas, depois nas que perecem. Neste aspecto, ela também mostrou sua semelhança ao Senhor Jesus, embora numa escala menor. Em João 4:8, 31-34 os discípulos saíram para comprar alimento e, quando voltaram, rogaram ao Senhor que comesse. Ele, porém, lhes ensinou que Sua comida era “fazer a vontade dAquele que Me enviou e realizar a Sua obra”. Para o Senhor, a vontade e a obra de Deus vinham antes da alimentação.

Há muitas coisas básicas e necessárias para nossa sobrevivência neste mundo, mas nunca devem vir antes ou estar acima das coisas espirituais. Fazer isso não quer dizer que vamos abandonar nossas responsabilidades profissionais. Quer dizer que vamos dar às nossas responsabilidades espirituais seu devido lugar.

iii) Aprovado. As últimas palavras registradas nesta primeira visita são verdadeiros galardões: “Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”. O Senhor aprovou a atitude de Maria ao sentar-se a Seus pés para ouvir Suas palavras. Esta é uma atitude que trás prazer ao coração do Salvador.

Mas a “boa parte” não veio sem preço. Ela precisou escolher. Sentar-se aos pés do Senhor não era a única opção, e nem a mais bem vista pelos outros. Ela foi criticada por sua atitude. Mas, como é exemplar seu silêncio! Ela não disse nada em defesa própria. Foi o Senhor quem a defendeu.


Como um filho que se assenta para ouvir as palavras do pai (Pv 4:3, 4), Deus quer que Seus filhos ouçam as Suas. Se queremos servir a Deus, precisamos, primeiro, saber o que Ele tem a dizer.



(Artigo publicado originalmente na revista "O Caminho, nº 60". Continuará, se o Senhor permitir)