segunda-feira, 28 de abril de 2014

Perto está o Senhor

"Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor” (Fp 4:5).

De uma forma impressionante, mas não surpreendente, Paulo introduz a realidade da vinda do Senhor no versículo acima. Por quê?

Apesar de filipos ter sido uma igreja exemplar, parece que estava havendo desentendimentos na igreja (entre duas irmãs, pelo menos – Fp 4:2, 3). Por essa razão, ele afirma: “perto está o Senhor”. Esta frase tem sido explicada de duas formas. Alguns entendem que está falando da presença do Senhor conosco todos os dias. Embora isso seja verdade (Mt 28:20), não parece ser este o pensamento do versículo. Por outro lado, outros pensam que está se referindo à iminente vinda do Senhor. Particularmente, creio que é este segundo pensamento que está em vista. Até porque, a ideia da vinda do Senhor fora mencionada alguns versículos antes (Fp 3:20, 21). Se isto estiver correto, então podemos aplicar as seguintes lições tiradas dessa frase e do contexto:


a)      Perto está o Senhor – nossa constância (v. 1). Em vista da vinda iminente do Senhor, não devemos nos deixar mover facilmente do nosso entendimento (II Ts 2:2). Muito pelo contrário. Quanto mais nos aproximamos daquele dia, devemos estar “assim firmes no Senhor”.

b)      Perto está o Senhor – nossa comunhão (vs. 2, 3). Parece que duas irmãs, muito queridas e muito dedicadas, estavam tendo algum desentendimento. No entanto, deveriam lembrar que a vinda do Senhor está perto. Todo desentendimento, queixa ou desavença deve ser resolvida o quanto antes. Seria muito triste o Senhor vir e encontrar servos Seus brigados.

c)      Perto está o Senhor – nossa conduta (vs. 4, 5). Um cristão que está sempre alegrando-se no Senhor, é também um cristão que está sempre disposto a abrir mão de seus direitos. É mais ou menos esta a ideia da palavra “equidade” (traduzida moderação, em outros lugares). Isto não quer dizer que devemos abrir mão de verdades da Palavra de Deus, mas sim, que quando o assunto envolve questões pequenas e pessoais, devemos ser moderados. Mesmo que tenhamos algum prejuízo, (no tempo, na saúde, nas finanças, etc.) na nossa conduta devemos mostrar moderação. Lembrando que a vinda do Senhor está perto, isto nos motivará a esperar ser recompensados na Sua vinda, por qualquer prejuízo que tenhamos sofrido aqui (Tg 5:7, 8).                     

Algumas vezes somos tentados a abandonar verdades fundamentais da Palavra de Deus para nos adequar ao mundo religioso. Outras vezes, alguém nos provoca de tal forma que ficamos irritados. Outras vezes alguém nos causa prejuízos. O que fazer nestes horas? Lembremo-nos: perto está o Senhor. Vale a pena ficar firme. Vale a pena suportar a provocação (mesmo que venha de um irmão). Vale a pena sofrer o prejuízo. Quando o Senhor chegar (e isto acontecerá a qualquer momento), todas as coisas serão reparadas e recompensadas!


Perto está o Senhor! Que solene verdade! 

domingo, 6 de abril de 2014

Eu Sou - Videira verdadeira

“Eu Sou a videira verdadeira...” (Jo 15:1)
Esta é a sétima vez no Evangelho de João que encontramos o Senhor Jesus falando de Si mesmo como “Eu sou”. Aqui ele é a videira verdadeira. O que está em vista não é a necessidade do incrédulo precisando de Cristo para satisfazer seus anseios espirituais. Aqui, o que está em vista é a necessidade do salvo precisando de Cristo para lhe capacitar a produzir fruto. Repare alguns detalhes importantes no contexto desse versículo.

a) Contraste – “Eu sou a videira verdadeira” (v. 1). No VT, a nação de Israel era a videira de onde o Senhor esperava receber frutos (Sl 80:8-11; Is 5:7). No entanto, a nação falhou nesta responsabilidade, e não produziu o que Deus esperava (Is 5:1, 2).
Em contraste com isso, o Senhor Jesus é a “videira verdadeira”. Esta expressão sugere duas coisas. Primeiro, que a nação de Israel era, como videira, uma figura, enquanto o Senhor Jesus é a realidade. Segundo, que enquanto a nação de Israel falhou no seu propósito de produzir fruto para Deus, o Senhor Jesus nunca falhou. O pai, como Lavrador, sempre encontrou nEle os frutos do Seu prazer.

b) Comunhão – “Toda vara em Mim” (v. 2), “estai em Mim” (v. 4), “quem está em Mim” (v. 5), “se vós estiverdes em Mim” (v. 7). Estes e outros versículos mostram um princípio normal na natureza: os frutos de uma árvore (ou alguma planta) ficam nos seus ramos, mas os ramos precisam estar ligados ao caule para receber a seiva e produzir fruto. Em outras palavras, sem Cristo, nada podemos fazer (v. 5).
Não é possível produzir fruto sem primeiro ter sido salvo e estar ligado a Ele. O Senhor Jesus é a videira, os salvos são os ramos. Os frutos que Cristo produz no mundo, hoje, são evidenciados na vida daqueles que já creram nEle.

c) Crescimento – “fruto, mais fruto, muito fruto”. Aquele que está em Cristo, ligado a Ele e em plena comunhão com Ele, desfruta de um crescimento progressivo e evidente. Ele começa produzindo “fruto” (vs. 2, 4), aumenta sua produção para “mais fruto” (v. 2) e chega ao fim da vida produzindo “muito fruto” (vs. 5, 8).

d) Condescendência – “gozo, amor, paz”. No ensino do Senhor aos discípulos antes de ser preso (que inclui o cap. 15), Ele mencionou três coisas que são dEle, mas produzidas e evidencias em nós: “minha paz” (Jo 14:27), “meu amor” (Jo 15:10), “meu gozo” (Jo 15:11). Estes são os três primeiros aspectos do fruto do Espírito em Gl 5:22. Repare também os pronomes “Minha, Meu”. Os frutos são dEle, mas graciosamente Ele os concede a nós. Quanto mais perto de Cristo um salvo estiver, mais fruto que glorifica a Deus ele produzirá.

Como é importante reconhecer que nossa produção de fruto depende dEle!