Todos nós sabemos que há muita
felicidade no casamento quando os casais são unidos e trabalham juntos para o
bem mútuo. Onde não há desentendimentos os cônjuges enfrentam com mais resistência
as vicissitudes da vida, atravessam com mais vigor as intemperes da semana,
resolvem com mais inteligência as dificuldades do dia e desfazem com mais
rapidez os embaraços de cada hora. Na vida destes casais os ventos chegam como
um tufão, mas logo vão embora como pequenos sopros.
Além da união que desfrutam entre
si, os casais que servem a Deus têm um recurso ainda mais garantido – as
orações. Eles sabem que podem contar com o Senhor e para o Senhor sobre tudo o
que passam. Sabem que Deus “ao aflito livra da sua aflição, e na opressão Se
revela aos seus ouvidos” (Jó 36:15). Problemas virão. Dificuldades baterão à
porta. Aflições serão constantes. E quando vierem os filhos a preocupação será
quase um membro da família. Mas eles podem, juntos, subir à presença de Deus em
oração e apresentar a Ele tudo o que está no coração, sabendo que Ele tem
prazer em ouvir, e tem poder para atender, segunda a Sua vontade.
Mas isto pode ser interrompido,
infelizmente. Aquela preciosa união que os caracteriza pode ser abalada. A harmoniosa
que impera no lar pode virar um caos. O consenso pode se transformar numa
guerra de interesses próprios. E quando isto acontece, as orações são as
primeiras que sofrem grande baixa. É isto que Pedro diz: “Para que não sejam
impedidas as vossas orações” (I Pe 3:7). Esta frase não significa que as
orações não serão atendidas; significa que as orações não serão feitas. Ou
seja, por alguma razão os casais podem simplesmente parar de orar. É isto que
quer dizer “impedidas as vossas orações”. Como diz a Versão Atualizada: “para
que não se interrompam as vossas orações”.
Diante desta possibilidade alarmante
de um casal parar de orar, precisamos imediatamente saber as razões que
levariam a isso, e o contexto nos ajuda. No contexto deste versículo (I Pe
3:1-7), o assunto gira em torno do relacionamento entre marido e esposa no lar.
Nos versículos 1-6 as responsabilidades recaem sobre a esposa, e no versículo 7
recaem sobre o marido. Olhando com mais atenção para o versículo 7, parece que
é a forma como o marido trata a esposa que contribui para este fracasso nas
orações do casal. É verdade que as emoções da esposa dão os tons do lar, mas é o
tratamento do marido que lhe empresta as cores.
Quando o marido não se preocupa em
ter entendimento sobre a esposa, quando não a honra, quando não a trata como
trataria um vaso mais fraco, isto pode acarretar na esposa um desânimo na hora
de orarem juntos, o que impedirá que exerçam este privilégio. Mas não devemos
esquecer que os versículos anteriores falam da esposa. Se ela não obedece aos
princípios apresentados nos versículos 1-6, dificilmente conseguirá “ganhar o
seu marido”. Isto, claro, não deve ser visto como desculpa. O marido jamais
deve ser rude porque a esposa não se sujeita, e a esposa jamais deve ser
insubmissa porque o marido é insensível. Ambos devem se comportar de tal forma
que, ao contrário de impedir, incentive o outro a orar também.