Depois de destacar vários nomes e os
feitos fiéis dos servos de Deus no passado, o escrito aos Hebreus agora cita
mais seis nomes sem dizer exatamente qual ponto de suas vidas está em evidência
(Hb 11:32). Para não ir além do que está escrito, vamos apenas tentar
relacionar o significado dos nomes a algum feito de fé das pessoas citadas
aqui.
O primeiro desta lista (de nomes,
apenas) é Gideão. Seu nome quer dizer “cortador, lenhador”. Este significado
está intimamente relacionado aos episódios em que ele precisou “cortar” alguma
coisa. Veja três exemplos.
a) Relacionado ao culto –
Jz 6:25-32. Numa mesma noite o Senhor falou com Gideão duas vezes. Na primeira
o encorajou. Na segundo o comissionou. Obedecendo à ordem do Senhor, Gideão
derrubou o altar de Baal e cortou o bosque que estava ali. Como resultado
disso, parece que seu próprio pai se converteu e iniciou uma volta gradual ao
culto a Deus.
b) Relacionado à coragem –
Jz 6:27; 7:9-15. Gideão não era um homem valente, como às vezes costumamos
pensar. Por medo ele derrubou o altar de Baal e cortou o bosque à noite (6:27),
e sentia alguma insegurança diante da multidão de inimigos (7:10). Era um homem
de valor (“valoroso” – 6:12), não valente. Seu temor precisou ser cortado, para
dar lugar à confiança.
c) Relacionado à conquista –
Jz 7:2-7. O número do exército inimigo era extremamente grande. Cerca de cento
e trinta e cinco mil homens (8:10). Eram, de fato, como “gafanhotos em
multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na praia do
mar” (7:12). Este número se contrasta, claramente, com os trinta e dois mil que
estavam com Gideão. Mas ele precisou cortar este número ainda mais. Seu
exército foi reduzido para dez mil e depois para trezentos homens. Um número
insignificante, considerando-se o número das fileiras inimigas. Mas este corte
trouxe glória para Deus.
E é desta forma que devemos encarar
nossa vida cristã, aqui. Precisamos fazer cortes. É nosso dever cortar tudo o
que podemos adorar que não seja o próprio Deus. É nosso dever cortar o medo e
falta de confiança nAquele que nos salvou. É nosso dever cortar qualquer coisa
que dará alguma glória a nós pelos feitos de Deus.
Nas palavras do salmista, “não a nós,
Senhor, não a nós, mas ao Teu Nome dá a glória” (Sl 115:1).
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