Os versículos 24 a 26 de Hb 11
apresentam o segundo exemplo de fé tirado da vida de Moisés, quando ele estava
com 40 anos. Nestes versículos três contrastes ficam evidentes.
a) Fase x Filho – v. 24.
A frase “sendo já grande”, tanto
mostra que Moisés já não era mais uma criancinha incapaz de tomar suas próprias
decisões (v. 23), quanto mostra que ele estava no auge de sua força física,
capacidade intelectual e maturidade varonil (At 7: 22, 23).
Exatamente nessa fase tão dourada,
Moisés “recusou ser chamado filho da filha de Faraó”. Esta sua recusa não
indica apenas uma questão afetiva (porque gostava de sua mãe biológica não
queria ter outra mãe). Indica, sim, uma questão de identificação. Por amar o
povo de Deus, não queria ser identificado com as imoralidades e idolatria que
caracterizavam aquele palácio.
b) Feridas x Festa – v. 25.
A escolha mencionada neste versículo
é uma das mais difíceis e perigosas para uma vida jovem, como a de Moisés, a
sua e a minha. Se quisesse, Moisés poderia realizar e desfrutar, sem
restrições, de muitas festas, onde o “gozo do pecado” seria o convidado
especial. Mas preferiu rejeitá-las.
Não há dúvida de que o pecado tem uma
satisfação a oferecer. As bebidas alcoólicas, drogas ilícitas e intimidade
sexual antes ou fora do casamento causam alegria e prazer enquanto a mente está
entorpecida. Mas este estado de entorpecimento logo passa, e a pessoa que se
entrega a essas coisas não demora a descobrir que o gozo do pecado foi “por um
pouco de tempo”.
Ao invés disso, Moisés escolheu as
feridas que o povo suportava. Nunca é demais lembrar que enquanto feridas
causam cicatrizes no corpo, o gozo do pecado deixa sequelas na alma!
c) Fortuna x Futilidades – v.
26.
O que motivaria um homem extremamente
rico a abrir mão de todo o seu tesouro? A descoberta de um tesouro ainda maior!
E foi isso que Moisés fez. Ele pesou duas riquezas na balança: os tesouros que
herdaria do Egito e as riquezas do vitupério de Cristo com sua recompensa. Se
ele tivesse escolhido os tesouros do Egito, suas riquezas talvez tivessem
durado apenas 120 anos (Dt 34:7). Mas por ter escolhido o vitupério de Cristo,
sua recompensa o adorna por toda a eternidade.
Este versículo nos ensina uma verdade
impressionante: se o Senhor Jesus ainda não tinha vindo ao mundo, como então
Moisés pôde se identificar com o vitupério dEle? O povo que Moisés nasceu e com
o qual escolheu sofrer, era o mesmo pelo qual o Cristo viria (Rm 9: 4, 5). Ao
se identificar com o povo de Cristo, se identificou com o próprio Cristo.
Do que nos adiantaria sermos filhos de
nobres e frequentarmos as melhores festas se, sem Deus, estas
coisas são futilidades? Por outro lado, o que perderíamos se na
melhor fase da nossa vida escolhêssemos as feridas de
Cristo para herdar Sua fortuna?
Pese na balança da eternidade!
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