Embora os anjos sejam seres
superiores a nós (II Pe 2:11), eles não devem ser adorados. Pelo contrário;
anjos devem prestar adoração. Repare alguns princípios bíblicos sobre isso (no
próximo artigo, se Deus permitir, consideraremos as ocorrências de adoração a
anjo no VT):
a) Religião perigosa –
Cl 2:18.
A expressão “culto dos anjos”, que
Paulo menciona aqui, não significa a adoração que os anjos prestam a Deus, mas
sim, a adoração que os homens prestam aos anjos. Falsos mestres estavam
propagando o “gnosticismo” (de “gnosis = conhecimento” – uma doutrina que dava
ênfase ao conhecimento) e, ao que parece, propagando adoração a anjos. O
problema desta doutrina é que não há nada na Bíblia que ensine que os anjos
devem ser adorados. Pelo contrário. O que vemos é uma condenação a isso.
Enquanto o apóstolo João estava
recebendo as revelações do livro de Apocalipse, por pelo menos duas ocasiões
correu o risco de adorar o anjo que lhe guiava (Ap 19:10; 22:8, 9). Diante de
tanta revelação impressionante, a reação natural de João foi prostrar-se, mas
sabiamente o anjo recusou aquele gesto e repreendeu João por isso.
Pode parecer estranho, mas a intenção
por trás do “culto aos anjos” é, na verdade, dar a Satanás a adoração que ele
sempre quis receber. Satanás se transfigura em “anjo de luz” (II Co 11:14).
Quando foi criado, ele era um querubim (Ez 28:14). Quando estava tentando o
Senhor Jesus, sugeriu que o Senhor o adorasse (Mt 4:8-11). A adoração que o
Senhor lhe recusou dar, por motivos óbvios, Satanás a recebe daqueles que
prestam adoração a anjos.
Tomemos cuidado. Qualquer sugestão de
dar a anjos um respeito maior do que o devido, pode ser um sutil convite a uma
religião perigosa onde Satanás impera.
b) Responsabilidade
posicional – Hb 1:6.
Aqui em Hebreus 1, o escritor está
enfatizando a superioridade de Cristo (como já foi destacado num artigo
anterior). Na seção onde está o versículo em questão, é mostrado a
superioridade de Cristo em relação aos anjos. Sendo o Primogênito infinitamente
maior do que os anjos, Deus mesmo ordena que “todos os anjos de Deus O adorem”.
Como vimos, anjos não podem receber
adoração. A responsabilidade deles, como sua posição em relação ao Filho exige,
é de adorarem incessantemente o Senhor deles – Cristo!
c) Realidade perpétua –
Ap 5:11, 12.
Nesta cena emocionante, Deus
descortina o futuro e desvenda aquilo que será a realidade perpétua na Sua
presença. Seres representantes de todas as esferas adorando o Cordeiro. Os
anjos são os primeiros mencionados, mas não são os únicos. Os “animais” (que no
contexto do livro de Apocalipse representam a variedade na criação de Deus) e
os “vinte e quatro anciãos” (que no contexto deste livro representam os salvos
desta dispensação) estão unidos e associados aos anjos na adoração a Deus.
O cenário está preparado – “ao redor
do trono”. Os componentes da grande orquestra estão a postos – “muitos anjos…
os animais… os anciãos… (um total de) milhões de milhões, e milhares de
milhares”. O grande homenageado está presente – o Cordeiro. É chegada a hora –
arrebatamento e eventos subsequentes no Céu. Inicia-se a sinfonia: “Digno é o
Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força,
e honra, e glória, e ações de graças”!
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