quinta-feira, 13 de março de 2014

O ministério dos anjos - sua adoração (ii)

Como vimos no artigo anterior, os anjos não devem ser adorados. Eles são seres criados e devem prestar adoração a Deus. Mas quando se pensa nisso, logo surge uma dúvida. Algumas vezes no VT pessoas prestaram adoração a anjo ou se comportaram diante dele com a mesma reverência que só se deve prestar a Deus. Será isso um princípio para que anjos sejam adorados? Note alguns detalhes que explicam essa aparente (e só aparente) contradição.

a) Diferença.
Em algumas ocasiões, quando anjos estiveram envolvidos em atividades na Terra, pelo menos um deles recebeu tratamento diferenciado e foi chamado de “o anjo do Senhor” (não simplesmente “um anjo” – veja, por exemplo, Gn 16:7, 9, 10, 11, etc).

Nos bem conhecidos capítulos de Gn 18 e 19, temos um exemplo clássico da diferença entre “o Anjo do Senhor” e os outros anjos. Primeiro, “apareceu-lhe o Senhor” (18:1). A palavra “Senhor”, neste versículo é “Jeová”. Mas quando Abraão levantou os olhos, viu, não um, mas “três homens em pé” (v. 2). Logo depois, Abraão correu, se inclinou e dirigiu-se a um deles (note o tratamento singular – v. 3), claramente distinguindo-o dos outros dois.

À medida que foram andando (v. 16), os outros dois anjos viraram-se para Sodoma (v. 22) e foram esses dois que chegaram até Ló (19:1). Enquanto os dois anjos desciam até Sodoma, Abraão permaneceu na presença (literalmente, junto) do Senhor (18:22, 33), falando com Ele.

Um dos três anjos não era simplesmente um ser criado. Ele era “o Senhor”. Foi a Ele que Abraão prestou reverência. Foi a ele que tratou de forma diferenciada. Foi na presença dele que permaneceu intercedendo.

Algumas coisas que o anjo do Senhor falou e prometeu, só podiam ser prometidas por Deus. Por exemplo, a promessa que Ele deu para Agar (Gn 16:10), as palavras que disse a Abraão sobre não negar a Ele seu filho (Gn 22:11, 12), a exigência que Ele fez a Moisés (Ex 3:2-6). Tudo isso mostra que “o anjo do Senhor” não era meramente um ser criado; Ele era o próprio Deus.

b) Discernimento.
Sendo assim, não há nenhuma discrepância no fato deste mesmo “anjo do Senhor” ter recebido adoração no VT (Js 5:13-15; Jz 6:11-24; 13:1-23, etc). Na verdade, as pessoas que fizeram isso, mostraram discernimento espiritual. Trataram outros anjos com respeito, mas adoração prestaram somente ao anjo do Senhor.

Precisamos muito deste mesmo discernimento hoje. Devemos ser respeitosos com as pessoas, mas nunca podemos dar a elas o mesmo tratamento, muito menos adoração, que prestamos a Deus.


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